Já está disponível um material para educadores e famílias com orientações pastorais e 15 sugestões de ações que podem ser desenvolvidas nos ambientes escolares. A publicação foi elaborada pela Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diante da onda de violência que tem ocorrido nas últimas semanas.
“Somos solidários às famílias das vítimas, aos educadores e a todos os estudantes dessas escolas. Como educadores, discípulos de Jesus, aquele que ressuscitado, nos indica o caminho da construção da paz, queremos contribuir somando forças aos múltiplos esforços para superação da violência, do medo e da intolerância”, disse o arcebispo de Goiânia (GO) e presidente da Comissão, dom João Justino de Medeiros Silva.
ACESSE: Propostas para a Ação Pastoral nos Ambientes Educativos
Experiência
Maria Juliana Leopoldino Vilar é professora há mais de 20 anos e mestre em Educação. Ela é casada com Geovaneto Vilar de Oliveira e juntos são o casal coordenador da Pastoral Familiar na Diocese de Campina Grande (PB). Diante dessas situações de violência, a educadora compartilha a experiência de promover a comunhão entre família e escola para um melhor desenvolvimento das crianças.
“Observe a rotina de seus filhos, entre no quarto, olhe os objetos que usam, acompanhe as redes sociais, quais grupos frequentam, e claro, sem violência dentro de casa, nossas ações enquanto pais precisam ser amorosas. No lugar de entrar no quarto para “fiscalizar” fale para seu filho que irá organizar o seu guarda roupa, irá ajudar a organizar a sua bolsa. Contemple os detalhes, olhe as pequenas mudanças de comportamento e escute suas palavras”, destaca Juliana.
A mestre em Educação comentou também a importância de aproveitar as oportunidades no dia a dia para dialogar com os filhos. “Promova momentos com os filhos, a refeição é um lugar de escuta, no trajeto para a escola também é um espaço de troca, a hora de dormir é momento de reflexão”, sugeriu.
“Se você não tem tempo durante a semana, deixe bilhetes de carinho, crie conexões, reserve horários para comunicação. Você pode deixar dez minutos no trabalho para fazer uma ligação para os filhos. Perguntar se está tudo bem. Se estão precisando de algo. Deixe sempre a porta aberta para a escuta e diálogo. Falem sobre internet, redes sociais, monitorem histórico, seguidores, pessoas seguidas. Se encontrar algo suspeito, converse. O importante é manter a confiança, pois, quando trilhamos os caminhos do amor a vida fica mais leve”, concluiu Juliana.
Juliana Vilar sugeriu ainda uma lista de ações que as famílias podem realizar dentro de casa com as crianças e adolescentes:
Dicas para prevenir
- Não compartilhar ameaças
- Não compartilhar acontecimentos
- Afastar as crianças da violência
- Incentive o amor, fale de coisas boas em casa, faça coisas boas com os filhos
- Não assista reportagens de violência em casa, não mostre exemplos ruins, não incentive a cultura da morte
- Conversar com os filhos de acordo com a idade. Crianças pequenas não entendem certas ações mas sentem muita necessidade de proteção (abraço, olhar nos olhos)
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