A Igreja Católica festeja, em todo o mundo, nesta quarta-feira (26), os pais da Virgem Maria e avós de Jesus, São Joaquim e Sant’Ana. Eles santos são os padroeiros dos avós e foram pessoas de fé – encarregados de educar a filha Maria e prepará-la para a missão.
Segundo a tradição, Ana era irmã de Esmeria, mãe de Isabel e avó de João Batista. Joaquim era um homem virtuoso e muito rico, da estirpe de Davi, que costumava oferecer parte do ganho dos seus bens ao povo e, outra parte, em sacrifício a Deus. Os dois moravam em Jerusalém. Quando se casaram, Joaquim e Ana não tiveram filhos por mais de vinte anos.
Certo dia, ao levar suas ofertas ao Templo, Joaquim foi repreendido por um homem, chamado Ruben (talvez fosse sacerdote ou escriba): pelo fato de não procriar, em sua opinião, ele não tinha o direito de apresentar as suas ofertas. Humilhado e transtornado com aquelas palavras, Joaquim decidiu retirar-se para o deserto e, durante quarenta dias e quarenta noites, suplicou a Deus, entre lágrimas e jejuns, que lhe desse descendentes. Ana também passou dias em oração, pedindo a Deus a graça da maternidade.
As súplicas de Joaquim e Ana foram atendidas. Assim, um anjo apareceu a cada um avisando-lhes que estavam para se tornar pais. Meses depois Ana deu à luz a Maria. A criança foi criada com o cuidado carinhoso do pai e a atenção amorosa da mãe, na casa situada perto da piscina de Betzaeda. Quando Maria completou três anos, Joaquim e Ana, em sinal de agradecimento a Deus, levaram-na ao Templo, para consagrá-la ao seu serviço.
Viver juntos
No último domingo (23), data em que a Igreja celebrou o 3º Dia Mundial dos Avós e Idosos, o Papa Francisco, durante a homilia, destacou que o tempo da velhice é um momento abençoado. “Como é belo este olhar de Deus, esta sua pedagogia misericordiosa, que nos convida a ter paciência com os outros, a acolher – em família, na Igreja e na sociedade – fragilidades, atrasos e limites: não para nos habituarmos resignadamente a eles nem para os justificar, mas para aprendermos a intervir com respeito, continuando a cuidar do bom grão com mansidão e paciência”, disse.
“Penso nos avós: como são belas estas árvores frondosas, sob as quais filhos e netos constroem os seus ‘ninhos’, aprendem o clima de casa e experimentam a ternura de um abraço. Trata-se de crescer juntos: a árvore verdejante e os pequeninos que precisam do ninho, os avós com os filhos e os netos; os idosos com os mais jovens. Precisamos de uma nova aliança entre jovens e idosos, para que a seiva de quem tem uma longa experiência de vida umedeça os rebentos de esperança de quem está a crescer. Neste fecundo intercâmbio, aprendemos a beleza da vida, construímos uma sociedade fraterna e, na Igreja, permitimos o encontro e o diálogo entre a tradição e as novidades do Espírito”, completou Francisco.
O Santo Padre também ressaltou que não devemos marginalizar os idosos. “Irmãos, irmãs, a Palavra de Deus convida a não separarmos, a não nos fecharmos, a não pensarmos que é possível fazer tudo sozinhos, mas a crescer juntos. Ouçamo-nos, conversemos, apoiemo-nos uns aos outros. Não esqueçamos os avós e os idosos: graças às suas carícias muitas vezes nos levantamos, retomamos o caminho, sentimo-nos amados, fomos curados interiormente. Sacrificaram-se por nós e nós não podemos apagá-los de entre as prioridades da nossa agenda. Cresçamos juntos, avancemos em conjunto: o Senhor abençoará o nosso caminho”, finalizou o Papa.