Referendo deste domingo pergunta se a constituição deve passar a definir o casamento como “união entre homem e mulher”. 68% dos eleitores são a favor!
As pesquisas apontam vitória esmagadora dos eleitores que querem introduzir na constituição da Croácia a definição do casamento como “união de vida entre um homem e uma mulher”. O referendo acontece domingo, 1º de dezembro, e tem o objetivo de neutralizar qualquer tentativa de legalizar no país formas de casamento que não sejam o casamento natural.
A mobilização dos cidadãos da Croácia começou na primavera passada, quando associações católicas se uniram no movimento U Ime Obitelji (Em Nome da Família) e lançaram um abaixo-assinado pedindo a realização do referendo.
O resultado foi impressionante. As 375 mil assinaturas (10% do eleitorado) exigidas por lei para validar a iniciativa popular foram conseguidas em uma semana. Em total, o abaixo-assinado levantou 710 mil assinaturas, equivalentes a mais de 16% da população croata, formada por 4,2 milhões de pessoas.
O mérito do enorme sucesso pode ser atribuído aos muitos voluntários que, num curto espaço de tempo, organizaram mais de 2.000 pontos de coleta de assinaturas em todo o país. Os cidadãos puderam assinar não só nas igrejas, capelas e conventos, mas em muitos locais públicos como universidades, praças e mercados.
A iniciativa contou com o apoio explícito da Conferência Episcopal da Croácia. Mas não apenas. Em defesa da lei natural, formou-se um verdadeiro fronte interconfessional, com representantes da Igreja Ortodoxa, da comunidade muçulmana e de outras denominações cristãs que apoiam os objetivos do referendo.
Minoritária, mas às vezes muito feroz, foi a oposição. Os voluntários relatam ter sofrido várias agressões por parte de membros das comunidades homossexuais. O governo e os partidos políticos da maioria (de centro-esquerda) não pronunciaram uma única palavra para condenar esses gestos de violência.
Aliás, a crítica mais pesada contra o governo croata é justamente a de tentar obstruir o sucesso da iniciativa. O mínimo de assinaturas exigidas por lei foi subitamente elevado para 450 mil já nos primeiros dias da mobilização. Quando os organizadores anunciaram ter conseguido meio milhão de assinaturas, o governo ainda impôs que o parlamento discutisse a possibilidade do referendo, o que contrariava o parecer do Tribunal Constitucional. Contando com a maioria no parlamento croata, ficava evidente que os esforços do governo estavam direcionados a impedir o sucesso da iniciativa popular.
Independentemente das decisões que vierem a ser tomadas, a livre expressão dos cidadãos sobre a questão da família não poderá ser impedida. O site do U Ime Obitelji afirma: “Os cidadãos croatas estão absolutamente convencidos da importância do seu voto neste domingo, 1º de dezembro, para confirmar a visão do casamento como a união de um homem e de uma mulher durante toda a vida; para confirmar que querem defender esta comunidade e os seus direitos, e com eles a constituição croata; para confirmar que estão cansados, cansados de ouvir a mesma mentira, cansados deste terror de uma minoria contra a maioria”.
Uma pesquisa publicada nesta semana confirma os prognósticos da associação organizadora da iniciativa: 68 % dos entrevistados afirma que votará a favor da introdução da definição de casamento como a união entre homem e mulher. 27% deverão votar contra e 5% se dizem indecisos.
Será o terceiro referendo na história desta jovem nação europeia. O primeiro abordou justamente a sua independência, em 1991. No ano passado, o eleitorado foi chamado a se manifestar sobre a entrada do país na União Europeia. Desta vez não há quórum nem previsão de aplauso da maioria daqueles que, no resto da Europa, comemoraram os resultados dos dois referendos anteriores.
Fonte: Zenit.org