O Papa Francisco participou, nesta sexta-feira (14), da abertura do evento “Estados Gerais da Natalidade”, promovido pelo Fórum das Associações Familiares, no auditório da Conciliação, no Vaticano. O Santo Padre ressaltou a importância da abertura à vida. “Às vezes vocês terão a sensação de gritar no deserto, de lutar contra moinhos de vento. Mas vão em frente, não desistam, porque é bonito sonhar o bem e construir o futuro. E sem natalidade não há futuro”, destacou o Papa. “Uma sociedade que não acolhe a vida deixa de viver”, completou.
“Se as famílias não estiverem no centro do presente, não haverá futuro; mas se as famílias recomeçam, tudo recomeça”, ressaltou o Pontífice.
Durante o discurso, Francisco destacou a necessidade da atuação da Igreja e da sociedade nos primeiros anos do casamento, como ocorre no setor Pós-Matrimonial da Pastoral Familiar. “Para que o futuro seja bom, é necessário cuidar das famílias, particularmente das famílias jovens, atormentadas por preocupações que correm o risco de paralisar seus projetos de vida”, disse.
Ele também alertou sobre as questões econômicas que pode impor medo aos pais na geração dos filhos. “São areias movediças que podem afundar uma sociedade”, pontuou. Além disso, ele criticou a situação que ocorre com tantas mulheres no trabalho, com medo de que uma gravidez possa resultar em demissão, chegam ao ponto de esconder a barriga. “Como é possível que uma mulher se sinta envergonhada pelo presente mais bonito que a vida pode oferecer? Não a mulher, mas a sociedade deveria se envergonhar, porque uma sociedade que não acolhe a vida deixa de viver. Os filhos são a esperança que faz um povo renascer”, explicou.
Baixa natalidade
Na Itália, por exemplo, metade dos jovens acredita que terá apenas dois filhos – situação, que segundo o Papa, deve ser logo repensada. “A Itália está assim há anos com o menor número de nascimentos na Europa”, lembrou Francisco. “Está se tornando o Velho Continente não mais por causa de sua história gloriosa, mas por causa de sua idade avançada”, apontou.
Educação
O Papa aproveitou a ocasião para questionar a escola como uma fábrica de noções que são derramadas sobre indivíduos. No entanto, segundo ele, este é um momento privilegiado de encontro e crescimento humano. “Os jovens não crescem graças aos fogos de artifício da aparência, eles amadurecem se atraídos por aqueles que têm a coragem de perseguir grandes sonhos, de sacrificar-se pelos outros, de fazer o bem ao mundo em que vivemos. E manter-se jovem não vem de fazer selfie e retoques, mas de ser capaz de refletir-se um dia nos olhos dos filhos”, avaliou.