Na próxima sexta-feira (19), será comemorado o dia de São José. Desde dezembro de 2020, também celebramos o Ano de São José, no qual é lembrado os 150 anos da declaração do pai adotivo de Jesus Cristo como padroeiro universal da Igreja Católica. Um exemplo de pai amoroso, cheio de ternura e paciência. Poder analisar e amar a figura deste santo homem é um convite a exercer a paternidade e a fazer a vontade de Deus.
Este exemplo é seguido pelo casal Bárbara Toledo e Sávio Bittencourt, do Rio de Janeiro (RJ). Casados há 30 anos, eles são agentes da Pastoral Familiar na Arquidiocese e pais de cinco filhos – dos quais duas foram adotadas. “A primeira adoção ocorreu justamente quando estava grávida do segundo filho. Foi um momento de muita alegria na nossa família”, lembra Bárbara.
“Adotei inclusive meus filhos biológicos. Adoção é uma atitude de amor. É sobre querer ser pai e ser mãe. Por isso, devemos adotar todas as crianças. Deus colocou eles no nosso caminho para que tivéssemos responsabilidade com elas. A nossa primeira missão é educá-las na fé, nos valores cristãos, na vontade de melhorar o mundo”, completa Sávio.
Os dois são os fundadores da Associação Civil Quintal de Ana (www.quintaldeana.com.br), que há 20 anos trabalha com a preparação de pretendentes à adoção, o apoio e orientação de famílias adotivas, apadrinhamento afetivo e a busca ativa para crianças e adolescentes sem família. “A paternidade adotiva não perde para a paternidade biológica em qualidade de amor, porque ele também vem de Deus. A nossa ajuda para os futuros pais é um laboratório da nossa experiência, da nossa vivência, que partilhamos com carinho e simplicidade”, ressalta Sávio ao dizer que o serviço que oferecem é gratuito.
Além disso, Sávio Bittencourt escreveu o livro Guia do Pai Adotivo – que traz orientações e peculiaridades sobre a prática, os preconceitos, as conquistas e descobertas – com o objetivo de facilitar a vivência dos pais por adoção. O primeiro capítulo é dedicado a São José. “É um pai adotivo por excelência e assumiu todas as ordens sem pestanejar. Casou-se com uma mulher grávida e saiu para um país estrangeiro para proteger o filho. Um homem que se colocou abaixo de Deus e ao lado Dele como instrumento de realização do projeto de salvação na terra”, destaca Sávio.
Os pais ressaltam a importância de investir um tempo em prol da Igreja Doméstica. “Entendemos que essa é a maior e mais importante missão: apresentar e assegurar aos nossos filhos o caminho para Jesus, no agir, sentir, e vivenciar”, ressalta Bárbara. “A fé é a maior herança que podemos deixar aos nossos filhos. Do que adianta ter toda a educação, todos os títulos, se não tem a fé. Ela é um elemento fundamental para enfrentarmos os desafios e nos mantermos firmes”, concluiu a mãe.
Dar um passo
Atualmente, o Brasil tem cerca de 47 mil crianças em instituições de acolhimento. Por isso, Sávio Bittencourt, aponta que um caminho para reduzir essa demanda das crianças por um lar seria a adoção por famílias católicas. “Será que não temos famílias que podem assumir este papel, mesmo que seja de apadrinhamento? Nós, como Igreja, temos muito ainda a contribuir para que essas crianças possam sair das instituições. É por elas que estamos lutando, pois merecem viver em família, que é um projeto de Deus”, indagou. Ele também alertou que o tema deve ser tratado na preparação para o matrimônio, nos encontros de casais e pastorais relacionadas à família.