O Natal é a celebração da contemplação do mistério de Deus que se revela a nós: “o Deus escondido” (Is 45,15) se faz visível na forma de um frágil bebê! Deus quer ser desejado, tocado, visto, meditado, amado, seguido!
No Natal somos chamados a contemplar a bondade Divina que vem ao nosso encontro através do Emanuel, o Deus conosco (cf. Mt 1,23); Deus se faz nosso irmão, nosso companheiro, nosso amigo, nosso mestre e Bom Pastor!
O Natal é a celebração da criativa onipotência divina, que é capaz de fazer-se homem sem deixar de ser Deus. Aquele que nasceu de Maria é plenamente humano e totalmente divino, por isso, em tudo nos compreende e de nós se compadece!
O Natal é a celebração da Palavra que se fez carne (cf. Jo 1,14), que assume nossa condição humana; é o evento máximo da solidariedade divina para com a humanidade. Jesus Cristo é, por isso, o mestre da empatia!
No Natal contemplamos o Amor Divino que se aproxima e assume o pecador para salvá-lo. Deus não salva de longe, não manda recados… Mas vem ao encontro de todas as categorias de pessoas e de todas as situações humanas.
O Natal é a festa da família. Ao centro do presépio está a família: um casal e uma criança! Para salvar a humanidade Deus começa com a família. Assim como da Sagrada Família dependeu a Salvação da humanidade, da família como núcleo de Amor e ternura, vem a restauração da sociedade.
O Natal é a festa dos irmãos, a celebração da fraternidade. Celebrar o Natal é tempo oportuno para restaurar relacionamentos enfraquecidos! O mais importante dos presentes é a pessoa que se faz presente!
O Natal é a festa da gratuidade. O Salvador é o Dom que o Pai deu para a humanidade! Pois Deus amou de tal maneira o mundo que nos deu o seu Filho único para que tenhamos a Vida eterna (cf. Jo 3,16). Quem ama se doa dando o melhor de si por quem ama! Na celebração do Natal somos chamados a renovar a virtude da gratuidade e da gratidão a Deus e aos outros!
O Natal nos fala da paciência do Amor de Deus em prol da nossa Salvação; nada acontece imediatamente; “o mistério que esteve oculto durante séculos e gerações, mas agora foi revelado aos seus santos” (Cl 1,6); Deus é paciente e espera o momento oportuno para agir, pois “quando chegou a plenitude dos tempos Deus enviou seu Filho nascido de mulher” (Gl 4,4). E antes de manifestar-se publicamente o Filho de Deus assumiu o desenvolvimento humano e abriu-se à todas as realidades humanas. O imediatismo contemporâneo nega o mistério do Natal!
O Natal é a festa do encontro: Deus que vem encontro da humanidade, os anjos vão encontro de Jesus, os pastores vão encontro do Salvador, os magos vão ao encontro do Rei do universo… Tudo converge para o Senhor e a harmonia se instaura. O presépio nos fala de harmonia!
Por tudo isso, o Natal é a celebração da renovação do Amor, da Paz e da Esperança!
Feliz Natal!
Dom Antônio de Assis Ribeiro
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)