O Papa Francisco concedeu uma entrevista no último final de semana e abordou diversos temas relacionados ao seu pontificado e também assuntos da atualidade. Sobre a eutanásia, lamentou a “cultura do descarte” em relação aos idosos.
Francisco foi entrevistado por Carlos Herrera da Rádio COPE, ligada à Conferência Episcopal da Espanha.
O tema da eutanásia foi colocado em pauta na entrevista uma vez que recentes leis aprovadas na Espanha a fim de legalizar a prática sob a justificativa de buscar “uma morte digna”. Francisco lamentou e considera que tais legislações sinalizam a “cultura do descartável” que agora permeia as sociedades modernas.
A ideia que tem sido difundida na sociedade é que “O que é inútil é descartado”. Assim, os idosos são considerados descartáveis, um incômodo. “Também os doentes terminais; até mesmo as crianças indesejadas, e elas são enviadas ao remetente antes de nascerem”, lembrou. É aquela “cultura do descarte”, denunciada desde o início do pontificado, que tem um grande impacto sobre o “inverno demográfico” do Ocidente e que afeta particularmente países como a Itália, onde a idade média é de 47 anos.
“A pirâmide se inverteu… A cultura demográfica está com prejuízo porque olha para o lucro. Olha para o da frente… e às vezes usando a compaixão! O que a Igreja pede é que se ajude as pessoas a morrerem com dignidade. Ela sempre o fez”, comenta Francisco.
O Papa aproveitou para recordar o que sempre pontua sobre a realidade do aborto. Ressaltando que “já na terceira semana após a concepção todos os órgãos do embrião já estão delineados, incluindo DNA”, ou seja, “É uma vida humana”, Francisco volta à pergunta que sempre faz : “Diante de uma vida humana, eu me faço duas perguntas: é lícito eliminar uma vida humana para resolver um problema? É correto contratar um assassino para resolver um problema?”.
Com informações de Vatican News
Foto: Reprodução/COPE