O último dia do Fórum “Em que ponto estamos com Amoris Laetitia? Estratégias para a aplicação da exortação apostólica do Papa Francisco” ocorreu no sábado (12) e contou com a moderação do padre Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e foi dividido em duas sessões.
Acompanhar na fragilidade
A primeira parte abordou o tema “A fragilidade das famílias”, no qual foi apresentado um relatório elaborado pelo arcebispo de La Plata, na Argentina, dom Victor Fernández. Intitulada “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade”, a análise tratou das chamadas ‘situações irregulares’ e propôs um percurso de discernimento para uma maior integração. Ele também destacou sobre a questão do amor e sobre como fazê-lo crescer.
O capítulo VII da exortação, apontou dom Fernández, busca ‘integrar o bem possível’ e acompanhar nas dificuldades. Este acompanhamento deve estar unido a um contínuo discernimento do casal, que tem os seus limites. Um ponto de referência central para aplicar esta temática são as Orientações dos Bispos da Região de Buenos Aires (Argentina). Dom Victor Fernandez encorajou os participantes a insistir em caminhos de acompanhamento pessoal com estas famílias.
Encontrar os idosos
A segunda sessão começou com a apresentação das diversas iniciativas do Ano “Família Amoris Laetitia”. Entre elas está a Primeira Jornada Mundial dos Avós e dos Idosos, prevista para 25 de julho deste ano. O responsável do Setor para os Idosos do Dicastério, o Dr. Vittorio Scelzo, enfatizou como a pandemia revelou quão visionário é o Papa Francisco em matéria de cultura do descarte, de encontros e de relações.
“O coração dessa jornada deve ser o encontro entre avós e netos e entre jovens e idosos. Já que em diversas partes do planeta, no mês de julho, a pandemia impedirá os idosos de participarem, pedimos aos jovens de ir ao encontro deles – na medida do possível – ou de realizar encontros pelas redes sociais ou pela web”, destacou Dr. Scelzo. “Gostaríamos que, tanto quanto possível, participassem juntos os avós e os netos, os jovens e os idosos”, concluiu.
Conclusão
Ao final do encontro, o prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, cardeal Kevin Farrell, apresentou a conclusão do Fórum e indicou os pontos que resumiram os quatro dias de trabalho e que precisam ser colocados em prática:
- As famílias, hoje, precisam descobrir que, junto com o Sacramento do matrimônio, receberam uma missão que deve ser compartilhada com os pastores;
- A principal contribuição à pastoral familiar é oferecida pela paróquia, que é a família das famílias, onde pequenas comunidades, movimentos eclesiais e associações vivem em harmonia;
- Há necessidade de uma formação mais adequada para sacerdotes, diáconos, religiosos, catequistas e outros agentes pastorais, insistindo na presença de leigos nos cursos de formação;
- A formação de pessoas que irão acompanhar os casais na preparação ao matrimônio deve ser uma prioridade;
- A pastoral familiar deve ser fundamentalmente missionária para alcançar as pessoas onde elas estão;
- Uma atenção especial deve ser dada às famílias em crise conjugal ou com outras dificuldades: o cuidado pastoral daqueles que estão separados, divorciados ou abandonados, com particular olhar às crianças, aos deficientes, aos idosos;
- E é necessário também alcançar aquelas famílias que estão longe da Igreja.