Foi publicado, nesta quarta-feira (31), o vídeo com a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de setembro. O Pontífice convidou toda a Igreja Católica a rezar “para que a pena de morte, que atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa, possa ser abolida nas leis de todos os países do mundo”.
O pedido se faz necessário pelo fato da rejeição à pena de morte estar aumentando no mundo, o que a Igreja vê como “um sinal de esperança”. De acordo com dados das Nações Unidas, cerca de 170 Estados aboliram a pena de morte, impuseram uma moratória à sua utilização na lei ou na prática, ou suspenderam as execuções durante mais de 10 anos. No entanto, a pena de morte ainda é aplicada em 55 países, em vários continentes.
“A pena de morte não oferece justiça às vítimas, mas encoraja a vingança”. No plano moral, ela é inadequada porque “destrói o dom mais importante que recebemos: a vida”. Finalmente, “à luz do Evangelho, a pena de morte é inadmissível: o mandamento “não matarás” refere-se tanto aos inocentes como aos culpados”. Além disso, existem outras razões para rejeitar a pena de morte: possíveis erros jurídicos e o fato de que “até ao último momento, uma pessoa pode converter-se e pode mudar”. “Sempre, em toda condenação, deve haver uma janela de esperança”, destaca o Papa Francisco.
A posição da Igreja
De João Paulo II a Bento XVI, os Pontífices pronunciaram-se fortemente contra o uso da pena de morte pelos governos nas últimas décadas. O Papa Francisco foi mais longe ao aprovar em 2018 um novo parágrafo do Catecismo condenando claramente a pena de morte e expressando o compromisso da Igreja na sua total abolição.