Uma das preocupações dos pais na atualidade é uso da internet pelos filhos, principalmente quando surgem notícias de crimes que superam o ambiente virtual e geram traumas e sequelas além das redes. Conteúdos maliciosos, desafios que colocam a vida em risco e tantos outros perigos acendem o alerta sobre as formas de proteção dos filhos em relação aos perigos da internet.
A Igreja encara positivamente o ambiente digital. Em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações de 2011, o Papa Bento XVI destacou que, “como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira”. E continuou: “usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano”.
O Papa Francisco afirmou, na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações de 2015, que também no campo das tecnologias, os primeiros educadores são os pais. “Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum”.
Os principais perigos
Durante o X Encontro Mundial das Famílias, em junho de 2022, o casal brasileiro Gustavo Huguenin e Fabíola Goulart apresentou uma reflexão sobre as redes sociais. Eles citaram como potenciais riscos das redes sociais a exposição a conteúdo nocivo ou inapropriado como sexo, drogas, violência; exposição a pessoas perigosas; cyberbullying e seu fator de risco para depressão e suicídio; compartilhamento excessivo de dados pessoais; exposição a anúncios excessivos; preocupações com privacidade; roubo de identidade; e a interferência na qualidade de vida.
Discernimento e medidas práticas
Gustavo e Fabíola também indicaram às famílias três palavras-chave para o discernimento sobre a presença dos filhos nas redes sociais: identidade, diálogo, e testemunho. Confira na íntegra aqui.
O jornalista Felipe Rodrigues, que tem estudado o ambiente virtual e o uso da Inteligência Artificial, cita medidas para aproveitar de forma positiva a internet. A primeira é não confiar que o filho está 100% seguro na Internet: “Não está. Ele, ao contrário, está a poucos cliques de um conteúdo impróprio”. Para ele, os pais não devem deixar seus filhos livremente na internet.
“Preocupe-se com ele, converse, esteja atento ao que diz, a como se comporta, conheça os amigos dele e traga-o sempre para mais perto, especialmente na adolescência”, ressalta.
O profissional lamenta que muitos pais não acompanham seus filhos e os deixam acessar Internet e computador livremente. “Não dá pra ser assim. O que acontece hoje no Discord já aconteceu em outros lugares e, infelizmente, continuará acontecendo (seja na web ou na deep web). Claro que tem o agravante de os crimes virtuais se transformarem em crimes reais”, afirmou ao comentar as últimas notícias que ganharam repercussão envolvendo crimes a partir da plataforma Discord.
Material da Pastoral Familiar
O Guia do Setor Pós-Matrimonial da Pastoral Familiar apresenta o tema das redes sociais e do mundo digital entre as propostas de reflexão e aprofundamento. No texto, são lembrados os muitos benefícios trazidos pelo avanço tecnológico, “que cada vez mais acontecem de forma mais rápida”, mas também são destacados os “diversos problemas que vieram junto com todo esse avanço”.
“as redes sociais se tornaram uma janela para o mundo, uma gama quase infinita de novas possibilidades, mas também se transformaram em uma porta aberta, e muitas vezes sem fechadura, para a entrada de muitos males. E, essa abertura tem trazido muitos problemas para as famílias, em especial”.
Foto de capa: Towfiqu barbhuiya / Unsplash