A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), encerrou a Semana Nacional da Família com uma live, na noite de ontem, 16 de agosto. O ponto alto do evento, além das fotos e vídeos dos agentes compartilhados nas redes sociais, foi a participação da irmã Maria Fernanda Luiza Balan, que animou a Pastoral Familiar no Brasil por quase 10 anos.
Na feliz coincidência do dia em que a Igreja celebra a vocação à vida consagrada, a religiosa das Irmãs de Maria de Schoenstatt fez memória de seu período como assessora do Setor Família da CNBB.
Irmã Fernanda esteve à frente do trabalho da Pastoral Familiar entre 1996 e 2005. Ela foi convidada por dom Cláudio Hummes, hoje arcebispo emérito de São Paulo, e não conhecia a Capital Federal, nem a Pastoral Familiar, nem dom Cláudio.
“Para mim, eu me lancei nos braços de Deus e disse ‘vou me aventurar nos braços da providência’ e colhi frutos maravilhosos que fazem parte da minha vida”, disse irmã Fernanda.
Chegando a Brasília, irmã Fernanda encontrou uma sala “abandonada”, há dois anos sem assessor. Depois, buscou saber das iniciativas que já existiam e das pessoas que faziam parte da equipe de reflexão. Irmã Fernanda começou a “movimentar toda essa gente”, o que incomodou.
“Um outro assessor da CNBB me disse: ‘Olha, você está fazendo muita revolução aqui dentro da CNBB. Aqui é um lugar de reflexão e a gente está vendo assim muita atividade aqui e isso não sei se convém’. Isso foi um ponto marcante para que a gente pudesse ver um local onde a gente pudesse se abrigar. Percorremos Brasília para ver se encontrava alguma sala, não encontramos, mas, nesse ínterim, nós já tínhamos uma equipe boa de reflexão e apoio, casais maravilhosos que me ajudaram e formamos a Secretaria Nacional da Pastoral Familiar. Aí resolvemos falar com dom Falcão. Ele disse: ‘Eu não tenho uma sala para dar para vocês, mas tenho um terreno de 3 mil metros quadrados. Como já tínhamos um depósito da Pastoral Familiar, fiz requerimentos para a Alemanha e outros locais, a gente conseguiu verbas e construímos a nossa Secren que eu vejo que é muito pequena hoje para abrigar toda a vida que a Pastoral Familiar usufrui hoje“.
Em sua trajetória religiosa, irmã Maria Fernanda Balan atuou com as famílias, principalmente no Movimento de Schoenstatt, no qual desde 1969 tem experiências por meio da obra. E foi do movimento que a irmã encontrou inspiração e apoio para seu trabalho com a Pastoral Familiar. “Devido à estrutura que nós temos nas Obras das Famílias de Schoenstatt, eu pude me apoiar muito nessa base. Eu devo muito à minha formação como Irmã de Maria de Schoenstatt, eu pude aplicar isso na Pastoral Familiar”, contou.
Dom Ricardo Hoepers e padre Crispim conversaram com irmã Fernanda sobre o histórico do processo formativo da Pastoral Familiar, pediram uma análise do trabalho que vem sendo desenvolvido desde que ela deixou a assessoria e a convidaram para continuar apoiando a Pastoral Familiar em reflexões e atualizações de materiais.
Conselhos
Dom Ricardo motivou a religiosa a dar conselhos para a Pastoral Familiar e para as famílias.
Para a Pastoral Familiar, irmã Fernanda indicou: Que façamos a Pastoral do possível: coração aberto, com muito amor, diálogo, misericórdia e com presença. A gente precisa ter recursos, meios e fazer o que pode, porque temos que salvar a família custe o que custar. Ela foi, ela é e ela será sempre a base e o alicerce da sociedade e da Igreja.
E às famílias, diálogo:
“Meu conselho às famílias: muito diálogo, conversem, às vezes pode acontecer, por estarem sempre juntos, que se torne um pouco difícil o relacionamento, então paciência, confiança, mas sempre dialogar. Nunca ir dormir, como diz a canção da família, ‘sem pedir, ou sem dar o perdão’. E também que as paróquias se abram bastante para a Pastoral Familiar, pois ela é a base de todas, é a pastoral transversal que perpassa todas as pastorais. Sem família, nós não teremos nada. A família é básica. Salvemos a família custe o que custar, a nossa união familiar que é uma união de amor, de sacrifício, é uma união de conquista e é uma bênção de Deus”.