O Consistório que ontem e hoje reúne no Vaticano o colégio dos Cardeais já teve umas 43 participações. Alguns cardeais também facilitaram o seu discurso por escrito para facilitar o aprofundamento e a reflexão, tendo presente o Sínodo de bispos sobre o mesmo tema que acontecerá em 2015.
Entre os temas abordados, afirmou o diretor da Sala de Imprensa, padre Federico Lombardi, destaca o conceito da família de acordo com a perspectiva antropológica cristã e a sua valorização no contexto da cultura secularizada, que possui uma concepção diferente da família, da sexualidade e da pessoa e na que o enfoque cristão se encontra às vezes em dificuldade.
A reflexão “não se desenvolveu em um clima de luto, mas de realismo” disse, e se constatou “a dificuldade cristã em uma cultura que vai, predominantemente, em outra direção”, afirmou o porta-voz. Por outro lado, várias vezes foi citado a Teologia do Corpo de João Paulo II, bem como a encíclica Familiaris Consortio, e o Catecismo da Igreja Católica.
Outro problema enfrentado foi o da pastoral da família em vários âmbitos, insistindo especialmente, na preparação para o matrimônio e na espiritualidade conjugal e familiar. Falou-se também do problema dos divorciados que voltaram a casar do ponto de vista jurídico canônico e comentou-se sobre os procedimentos de nulidade para melhorá-los e simplifica-los.
Sobre a admissão aos sacramentos dos separados ou divorciados recasados, “os discursos foram amplos e profundos. Aqui também o clima não tem sido de tensão ou de ansiedade, mas de busca conjunta do caminho para conjugar o melhor possível a fidelidade às palavras de Jesus com a misericórdia divina e a atenção às situações concretas, sempre com grande sensibilidade”, disse o padre Lombardi.
O porta-voz reiterou que embora não tenhamos que esperar do consistório uma orientação unitária, sim que houve uma introdução consoladora para a tarefa do Sínodo, “que ao trabalhar com esta amplitude de horizontes, estará no bom caminho para progredir na resposta pastoral da Igreja às esperanças, muito sentidas, neste âmbito”.
Da mesma forma lembrou que estamos no início de um caminho que durará dois anos e que não se pode pensar no Consistório como, “um caminho que se fecha em si, é preciso pensar também no Sínodo de 2015”.
Finalmente os cardeais discutiram sobre alguns contextos específicos da pastoral familiar, como a imigração e a ignorância religiosa.
Além disso, o Santo Padre informou os presidentes do Sínodo da Família. Já se sabia do relator, cardeal Erdo, e do secretário que é mons. Bruno Forte. Nesta manhã, o Papa Francisco anunciou os três presidentes: o cardeal Vingt-Trois, arcebispo de Paris; o cardeal Tagle, arcebispo de Manila; e o Cardeal Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida
Fonte: Zenit.org