O papa Francisco encontrou-se na manhã de quarta-feira, 10 de dezembro, com milhares de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo durante a Audiência Geral na Praça São Pedro. Na sua catequese, proferida em italiano, o Santo Padre recordou inicialmente que na semana passada ele concluiu o ciclo de catequeses dedicado à Igreja. Nesta quarta-feira, portanto, Francisco deu início a uma nova série de catequeses, desta vez centralizada na família; um tema que se insere neste tempo intermédio entre duas Assembleias do Sínodo dedicadas a esta “realidade tão importante”.
Antes de dar início este importante percurso sobre os diversos aspectos da vida familiar, Francisco voltou seu pensamento à Assembleia sinodal do último mês de outubro que teve como tema “Os desafios pastorais da família no contexto da nova evangelização”.
Francisco recordou que durante o Sínodo os meios de comunicação fizeram o seu trabalho pois havia muita expectativa, muita atenção, e agradeceu-lhes porque o fizeram muito bem. E isso foi possível graças à Sala de Imprensa, que todos os dias realizou um “briefing”. E o papa fez uma constatação:
“Frequentemente, a visão da mídia era um pouco no estilo das crônicas esportivas, ou políticas: falava-se quase sempre de dois times, pró e contra, conservadores e progressistas, etc. Hoje gostaria brevemente de contar o que foi o Sínodo”.
Francisco recordou que pedira aos padres sinodais para falar com franqueza e coragem e ouvir com humildade. Após o Relatório inicial do Cardeal Erdò – disse Francisco -, houve um momento fundamental, no qual todos os Padres puderam falar e todos ouviram. Um momento de grande liberdade no qual cada um expôs o seu pensamento com parrésia e com confiança. O papa disse que na base dos discursos estava o “Instrumento de trabalho”, fruto de consultas precedentes de toda a Igreja.
“Nenhum discurso colocou em discussão as verdades fundamentais do Sacramento do Matrimônio: a indissolubilidade, a unidade, a fidelidade e a abertura à vida”.
A família
Todos os pronunciamentos foram reunidos e assim – disse Francisco – se chegou ao segundo momento, isto é o Relatório após as discussões, também realizado pelo Cardeal Erdò. Era articulado em três pontos: a escuta do contexto e dos desafios da família; o olhar fixo em Cristo e o Evangelho da família; o confronto com as perspectivas pastorais.
Sobre esta primeira proposta, salientou Francisco, realizaram-se as discussões nos grupos, que foi o terceiro momento. Os grupos estavam divididos por línguas: italiano, inglês, espanhol e francês. Cada grupo apresentou depois um relatório e todos os relatórios depois foram publicados.
O quarto momento: uma comissão examinou todas as sugestões que surgiram nos grupos e foi redigido o Relatório final, que manteve o esquema precedente: “escuta da realidade, olhar ao Evangelho e compromisso pastoral”, procurando acolher o fruto das discussões de grupo.
“Assim foi o desenvolvimento da Assembleia sinodal. Tudo ocorreu “cum Petro e sub Petro”, isto é com a presença do Papa que é a garantia para todos de liberdade e de confiança, e garantia da ortodoxia”.
Enfim, concluiu Francisco, os documentos finais que brotaram do Sínodo são três: a Mensagem final, o Relatório final e o discurso final do papa.
O Relatório final, que foi o ponto de chegada de toda a reflexão agora será enviado às Conferências Episcopais, que vão discuti-lo em vista da próxima Assembleia, desta vez Ordinária, em outubro de 2015.
“O Sínodo não é um parlamento, mas um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir: não houve confrontos entre facções, mas um confronto entre os Bispos, que ocorreu após um longo trabalho de preparação e que agora prosseguirá em outro trabalho, para o bem das famílias, da Igreja e da sociedade”.
Fonte: News.va