O Papa Francisco enviou, na manhã desta quinta-feira, 15 de abril, uma mensagem em vídeo aos bispos reunidos na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em sua mensagem, o Papa se dirige, através dos pastores, a todos os brasileiros “num momento em que este amado país enfrenta uma das provas mais difíceis de sua história”.
Logo no início da mensagem o Papa manifestou solidariedade às vítimas da pandemia no país.
“Gostaria, em primeiro lugar, de expressar minha proximidade às centenas de milhares de famílias que choram a perda de um ente querido. Jovens e idosos, pais e mães, médicos e voluntários, ministros consagrados, ricos e pobres: a pandemia não excluiu ninguém em seu rastro de sofrimento. Penso em particular nos Bispos que morreram vítimas do Covid. Peço a Deus que conceda descanso eterno aos falecidos e dê conforto aos corações aflitos dos familiares, que muitas vezes nem mesmo puderam se despedir de seus entes queridos. E essa ida sem poder dizer adeus, essa ida na solidão mais carente é uma das maiores dores de quem se vai e de quem fica.”
Não podemos nos render
Neste tempo especial para a Igreja, que é o Tempo Pascal, o Papa Francisco sublinha que a proclamação da vitória do Senhor Jesus sobre a morte e o pecado ainda ressoa entre nós: “O anúncio pascal é um anúncio que renova a esperança em nossos corações: não podemos nos render!”
“Nossa fé em Cristo ressuscitado nos mostra que podemos superar este trágico momento. Nossa esperança nos dá valor para nos levantarmos. A caridade nos incita a chorar com os que choram, e dar uma mão, sobretudo aos mais necessitados, para que voltem a sorrir”, disse Francisco aos bispos do Brasil.
Reconciliação e unidade
O Papa os motivou a fazer com que a Igreja no Brasil seja instrumento de reconciliação e de unidade. “Hoje, mais que nunca! E para isso, é necessário deixar de lado as divisões, os desacordos. É necessário voltar a nos encontrar no essencial. Com Cristo, por Cristo e em Cristo, para poder redescobrir ‘a unidade do Espírito com o vínculo da paz’ (Ef 4, 3)”.
Como instrumento de reconciliação e unidade, os bispos do Brasil poderão, segundo Francisco, inspirar “não só aos fiéis católicos, mas também a outros cristãos, e aos demais homens e mulheres de boa contarde, em todos os níveis da socidade, inclusive no nível institucional e governamental.
“Poderão inspirar a trabalhar juntos para superar não só o coronavírus, mas também outro virus, que há muito tempo infecta a humanidade: o virus da indiferença, que nasce do egoísmo e gera injusticia social”.
Mesmo com o grande desafio, o Papa recorda que o Senhor caminha com os pastores de sua Igreja e que os deu um espírito de força, caridade e temperança, “sacudamos todo lastro e pecado que nos assedia, e continuemos a correr com perseverança a carreira empreendida: com os olhos fixos em Jesus”(cf. Hb 12,1-2). Sempre Jesus! Aí está nossa base, nossa força, nossa unidade”.
Unidade
Francisco fez aos bispos ao final de sua mensagem uma chamada à unidade ao povo brasileiro e à Conferência Episcopal:
“Peço ao Senhor ressuscitado que esta Assembleia Geral produza frutos de unidade e reconciliação para todo o povo brasileiro e na Conferência Episcopal. Unidade que não é uniformidade, mas que é harmonia: essa unidade harmônica que somente o Espírito Santo confere. Imploro a Nossa Senhora Aparecida que Ela, como Mãe, fomente entre todos os seus filhos a graça de serem defensores do bem e da vida dos outros, bem como promotores da fraternidade”.
Veja na íntegra: