O Papa Francisco recebeu, nesta segunda-feira (11), a Associação Italiana de Mutilados e Inválidos do Trabalho, em ocasião do 80º aniversário da associação. Criada em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, a associação continua a ser importante e muito atual, segundo Pontífice. Durante a audiência, O Santo Padre destacou que a vida humana é um dom de Deus e que as pessoas não são descartáveis, peças de reposição, mas seres únicos.
“Terminado o conflito, os escombros permanecem, mesmo nos corpos e nos corações, e a paz deve ser reconstruída dia após dia, ano após ano, através da proteção e promoção da vida e da sua dignidade, começando pelos mais fracos e desfavorecidos”, disse o Papa.
O Santo Padre alertou ainda sobre a atenção e cuidado para com aqueles que sofrem. “Obrigado, em primeiro lugar, pelo que continuais a fazer pela proteção e representação das vítimas de acidentes de trabalho, das viúvas e dos órfãos. Obrigado por manterem um elevado nível de atenção à questão da segurança no local de trabalho, onde ainda ocorrem muitas mortes e acidentes”, disse.
“Trata-se não só de garantir os devidos cuidados de bem-estar e de segurança social para aqueles que sofrem de formas de deficiência, mas também de dar novas oportunidades às pessoas que podem ser reintegradas e cuja dignidade exige ser plenamente reconhecida”, afirmou Francisco.
O Papa alertou ainda sobre as questões do mundo do trabalho, que muitas vezes, desumaniza as pessoas. “As tragédias começam quando o objetivo não é mais o homem, mas a produtividade. A segurança no trabalho é como o ar que respiramos: só percebemos a sua importância quando tragicamente falta e é sempre tarde demais”, destacou. “Não podemos habituar-nos aos acidentes de trabalho, nem resignar-nos à indiferença perante os acidentes. Não podemos aceitar o desperdício de vidas humanas”, completou o Pontífice.
O Pontífice concluiu seu discurso encorajando a Associação a seguir em frente, na realização deste nobre compromisso pelos mais frágeis, e na missão de levar a sociedade a compreender que o ser humano vem antes do interesse econômico: “Cada pessoa é um dom para a comunidade, e mutilar ou incapacitar pelo menos um deles prejudica todo o tecido social”, exortou o Papa Francisco.