A relação entre as gerações – especialmente entre jovens e idosos – na família foi tema de discussão durante a primeira live da 1ª Jornada dos Avós e Idosos. Os encontros on-line são uma iniciativa das Comissões Episcopais para a Vida e a Família e para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelas Pastorais Familiar e da Pessoa Idosa.
A condução do debate foi realizada pelo bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers. “A Jornada é um momento histórico. É mais um presente do Papa Francisco que foca na pessoa idosa e está ligada ao Ano Família Amoris Laetitia”, avaliou.
O Dr. Eduardo Danilo Schmitz, pesquisador sobre o envelhecimento, contou que a definição sobre a terceira idade surgiu no final do século passado. Ele ressaltou, que devido à evolução do mundo, principalmente relacionada às tecnologias, temos diversas gerações convivendo juntas, mas há um grande distanciamento cultural.
“Os idosos aprenderam a viver em um mundo que era muito diferente do que é agora. No passado, o conhecimento dos idosos era mais valorizado. Na medida em que as tecnologias foram aumentando, foram desvalorizados os conhecimentos que os idosos tinham em relação ao mundo”, disse.
Ele convidou os jovens e os idosos a romperem esse distanciamento. “Sejam curiosos sobre a vida dos seus avós. Vocês vão se surpreender com a riqueza dessa experiência. E aos idosos, se abram também para aprender com os netos. Esse contato pode ser extremamente rico”, encorajou o pesquisador.
Por sua vez, o médico geriatra Dr. João Batista Filho, um dos fundadores da Pastoral da Pessoa Idosa, fez uma homenagem aos idosos falecidos por conta do coronavírus e às suas famílias que não tiveram oportunidade para se despedir. Em sua fala, ele analisou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Avós e Idosos, que será celebrado no próximo domingo (25). “São palavras motivadoras. Para que sejam o caminho da igreja do amanhã e que ajudem na reconstrução desse mundo pós-pandemia”, apontou.
“Todos os idosos precisam de um ambiente familiar para viver e todos nós devemos ser parte ativa no apoio e na reabilitação das populações feridas neste período de pandemia”, completou. O médico ainda comentou sobre a importância da visita a este público e se posicionou contrário ao apontamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a velhice deveria ser considerada como uma doença.
Assista o debate: