Na sequência das catequeses sobre São José, o Papa Francisco abordou, nesta quarta-feira (19), durante a audiência geral, a ternura paterna do pai adotivo de Jesus Cristo e sobre a revolução que este ato pode gerar na própria vida e para as outras pessoas.
Inicialmente, o Santo Padre lembrou que nos evangelhos não há relatos explícitos de como São José exerceu sua paternidade. No entanto, é possível compreender como era, pois, o próprio Jesus sempre utilizava a palavra “pai” para falar de Deus e do seu amor. Isto ocorreu na parábola do filho pródigo, na qual o filho esperava uma punição, mas recebe um abraço do pai. “A ternura é algo maior do que a lógica do mundo”, comentou o Papa. “É um modo inesperado de fazer justiça”, completou.
Por isso, jamais devemos esquecer que Deus não se assusta com nossos pecados. “Vamos colocar isso na nossa cabeça: Deus não se assusta com nossos pecados, é maior do que os nossos pecados. É pai, é amor, é terno. Não se assusta com nossos pecados, nossos erros, nossas quedas, mas se assusta com o fechamento do nosso coração – isto sim O faz sofrer – com a nossa falta de fé no seu amor”, acrescentou o Santo Padre.
O Papa Francisco explicou que há uma grande ternura na experiência do amor de Deus e convidou os fiéis a lembrarem quando experimentaram esta ternura, que não é uma questão emotiva ou sentimental: é a experiência de sentir-se amados. Por isso é importante encontrar a Misericórdia de Deus, especialmente no Sacramento da Reconciliação. “Deus sempre nos perdoa, somos nós que nos cansamos de pedir perdão”, afirmou o Pontífice.
Revolução da ternura
O Santo Padre aconselhou a nos espelharmos na paternidade de José e nos questionar se permitimos ao Senhor de nos amar com a ternura. “Sem esta ‘revolução da ternura’, corremos o risco de permanecer prisioneiros numa justiça que não permite erguer-se facilmente e que confunde a redenção com a punição”, disse.
Ele ainda falou sobre os encarcerados. “É justo que quem errou pague pelo próprio erro, mas é ainda mais justo que quem errou possa redimir-se do próprio erro. Não podem existir condenações sem ‘janelas’ de esperança. Rezemos pelos encarcerados, para que nessas ‘janelas’ de esperança encontrem uma saída rumo a uma vida melhor”, apontou.
Por fim, o Pontífice concluiu a catequese com uma oração:
“São José, pai na ternura,
ensinai-nos a aceitar que somos amados precisamente naquilo que é mais débil em nós.
Concedei que não coloquemos qualquer obstáculo
entre a nossa pobreza e a grandeza do amor de Deus.
Suscitai em nós o desejo de nos aproximarmos do Sacramento da Reconciliação,
para que possamos ser perdoados e também que nos tornemos capazes de amar com ternura os nossos irmãos e irmãs na sua pobreza.
Estai próximo daqueles que erraram e que pagam o preço por isso;
ajudai-os a encontrar, juntamente com a justiça, a ternura para recomeçar.
E ensinai-lhes que a primeira maneira de recomeçaré pedir sinceramente perdão, para sentir a carícia do Pai.”