Adquire sempre mais peso, no Governo brasileiro, um grupo muito atuante, em parte no primeiro escalão e, de maneira mais ampla, no segundo escalão do poder executivo. Esse grupo é portador de uma mentalidade típica do individualismo burguês, faz apelo ao Estado laico para recusar o diálogo com amplas parcelas da população que têm nos valores cristãos o seu ponto de referência.
Ele avança com propostas de políticas públicas que nada têm a ver com os objetivos apresentados na origem do atual governo. De fato, as políticas propostas por esse grupo, em geral, não estão voltadas para melhorar o bem-estar da sociedade como um todo (na saúde, educação, moradia, segurança, trabalho), mas visam legitimar comportamentos individuais que não somente não convergem para o bem de todo o povo, mas o contrariam. De fato, essas propostas:
– Contradizem a Carta Constitucional, bem como os Direitos Humanos Fundamentais e a vontade da grande maioria da população brasileira, aferida por diversas sondagens de opinião, quando repetem investidas visando legitimar o aborto.
– Descaracterizam a família constituída por um homem e uma mulher, fundada no vínculo indissolúvel do matrimônio, quando a identificam com outras formas de agregação que não possuem as características próprias da família.
– Ferem a dignidade humana e contradizem as conquistas do moderno feminismo quando propõem legalizar a profissão de prostituto/a, pretendendo legitimar o uso do corpo humano como mercadoria para conseguir o sustento. O Brasil tem condições de defender melhor a dignidade de seus cidadãos.
– Agridem o legítimo direito dos pais, substituindo-se de maneira indevida a eles quando oferecem “educação sexual” que não favorece o empenho dos adolescentes com o estudo e nem o seu crescimento para a maturidade afetiva (cf. a oferta do kit gay e pacotes de preservativos a alunos da rede pública de ensino fundamental e médio).
É evidente a marca autoritária e, em certo sentido, antidemocrática destas propostas, na medida em que contradizem a sensibilidade e a vontade da grande maioria da população. De fato, o Estado supostamente laico e eticamente neutro, tomando o lugar da sociedade civil, vai ditando normas éticas e orientações de conduta, renegando, na prática, a laicidade e a neutralidade abstratamente afirmadas.
Além disso, esses fatos indicam que o atual Governo está privilegiando novos colaboradores, pressionando a Igreja Católica para que se posicione na oposição.
Comissão Nacional da Pastoral Familiar