Um dos votos do Papa Francisco para a Páscoa deste ano é que “a luz da ressurreição ilumine nossas mentes e converta nossos corações, conscientizando-nos do valor de toda vida humana, que deve ser acolhida, protegida e amada”. Em sua Mensagem Urbi et Orbi por ocasião da Páscoa, neste domingo, 31 de março, o pontífice expressou sete súplicas pelos povos e nações que sofrem com a violência, a guerra e a fome, lembrando das famílias e pedindo a conversão a respeito do valor da vida humana.
No dia em que a Igreja celebra a vida dada aos seus filhos na ressurreição de Jesus Cristo, o Papa convidou a lembrar do amor infinito de Deus por cada um de nós: “um amor que supera todos os limites e todas as fraquezas”. Mas também chamou atenção para os frequentes desprezos à “preciosa dádiva da vida”
“Quantas crianças não conseguem sequer ver a luz? Quantas morrem de fome, ou são privadas de cuidados essenciais, ou são vítimas de abuso e violência? Quantas vidas são mercantilizadas pelo crescente comércio de seres humanos?”, questionou.
Pedras que fecham as esperanças
Recordando o texto bíblico proposto pela Igreja para a Liturgia do Domingo de Páscoa, do capítulo 16 do Evangelho segundo São Marcos, o Papa Francisco situa que o túmulo de Jesus tinha sido fechado com uma grande pedra, a qual as mulheres não conseguiriam tirar sozinhas. “[…] e assim, ainda hoje, pedras pesadas, demasiadamente pesadas, fecham as esperanças da humanidade: a pedra da guerra, a pedra das crises humanitárias, a pedra das violações dos direitos humanos, a pedra do tráfico de pessoas e outras”, citou.
A pedra removida e o túmulo vazio são os sinais do novo caminho aberto por Deus: “o caminho da vida em meio à morte, o caminho da paz em meio à guerra, o caminho da reconciliação em meio ao ódio, o caminho da fraternidade em meio à inimizade”.
“Irmãos e irmãs, Jesus Cristo ressuscitou, e somente Ele é capaz de remover as pedras que fecham o caminho para a vida. De fato, Ele mesmo, o Vivente, é o Caminho: o Caminho da vida, da paz, da reconciliação, da fraternidade. Ele nos abre a passagem, algo humanamente impossível, porque somente Ele tira o pecado do mundo e perdoa os nossos pecados.”
Francisco citou os conflitos e dramas na Terra Santa, em Israel, na Palestina, na Ucrânia, na Síria, no Líbano, na região dos Bálcãs Ocidentais, em Mianmar, na África e no Haiti. Ele desejou também que “o Ressuscitado faça resplandecer a sua luz sobre os migrantes e aqueles que estão passando por dificuldades econômicas, oferecendo-lhes conforto e esperança em seus momentos de necessidade”.
“Que Cristo guie todas as pessoas de boa vontade a se unirem em solidariedade, para enfrentarem juntas os muitos desafios que as famílias mais pobres enfrentam em sua busca por uma vida melhor e pela felicidade”.