O Data Folha acaba de revelar uma nova pesquisa de opinião pública (06/04/2008) que confirma que a aprovação ao aborto no Brasil está diminuindo de ano para ano. Desta vez a reportagem foi publicada em destaque na primeira página da edição de domingo.
A pergunta dos pesquisadores, feita a uma amostra de 4.044 brasileiros em 159 municípios, foi se o entrevistado pensa que o aborto deve continuar sendo crime no país.
Em 2006 63% dos brasileiros responderam sim, em 2007 o percentuial subiu para 65% e agora em 2008 o número dos que responderam afirmativamente subiu novamente para 68%. Sete em cada dez brasileiros, segundo o Data Folha, querem que o aborto continue sendo crime e, aparentemente, este número continua em crescimento.
Quando a pergunta é feita com outras palavras, a porcentagem obtida é ainda mais elevada.
Em 2003 o IBOPE realizou uma pesquisa nacional de opinião pública a pedido das Católicas pelo Direito de Decidir, onde a pergunta era se na opinião dos entrevistados o aborto deveria ser permitido sempre que a mulher decidisse. Somente 10% foram a favor.
A pesquisa foi repetida em 2005 pelo mesmo IBOPE encontrando desta vez apenas um público de 3% do público respondendo afirmativamente.
Em 2007 uma nova pesquisa nacional sobre o aborto foi encomendada ao IBOPE pelas Católicas pelo Direito de Decidir, mas desta vez a íntegra da pesquisa não chegou a ser divulgada. As Católicas alegaram que não havia interesse em saber o que pensava o público sobre o aborto em si e que a pesquisa havia se centrado na questão se o público sabia localizar os hospitais credenciados para praticar um aborto em caso de estupro.
Uma cópia das pesquisas do IBOPE em 2003 e 2005 pode ser encontrada nos seguintes endereços:
http://www.pesquisasedocumentos.com.br/PesquisaIbope2003.pdf
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68% DEFENDEM QUE ABORTO CONTINUE CRIME NO BRASIL
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0604200804.htm
Segundo Datafolha, maior percentual favorável à lei está entre quem tem 60 anos ou mais: 73%
Pesquisa revela que taxa dos que querem que o aborto continue sendo crime está em ascensão: era de 63% em 2006, ante 65% em 2007
DA REPORTAGEM LOCAL – 06/04/2008
Sete em cada dez brasileiros, praticamente, defendem que a lei de aborto continue como está. Segundo pesquisa Datafolha, 68% dos brasileiros querem que a lei não sofra qualquer mudança. Aborto é considerado crime pelo Código Penal, punido com pena de prisão de um a quatro anos para a mulher que consentiu a prática.
A taxa dos que querem que o aborto continue sendo tratado como crime está em ascensão. Em 2006, os que defendiam a lei somavam 63%; em 2007, eram 65%. A taxa dos que não querem flexibilizar a lei cresceu 14 pontos percentuais entre 1993 e 2008. Naquele ano, 54% defendiam a punição criminal ao aborto.
Quanto mais elevada a escolaridade, maior é o apoio a mudanças na lei. Entre os que concluíram curso superior, 30% defendem que o aborto seja permitido em mais situações do que é hoje: quando a mulher corre risco de morte, quando há má-formação no feto e quando a gravidez é resultado de crime.
Entre os que só cursaram o ensino fundamental, a taxa dos que são contrários a mudanças é a terceira mais alta: 71%. A segunda taxa mais elevada dos que defendem a manutenção da lei está na região Sul do país (72%). O percentual mais alto é encontrado entre os que têm 60 anos ou mais: 73%.
O grau de urbanização parece influenciar os que defendem mudanças. Um quinto dos moradores das capitais dizem que gostariam de uma lei que permitisse o aborto em mais situações -seis pontos percentuais acima da média nacional. Já nas cidades do interior, 70% querem que a lei siga sem mudanças -dois pontos acima da média. Cariocas e paulistanos têm visões diferentes sobre essa questão. No Rio, o tema é tratado com mais liberalidade -53% defendem que a lei continue a mesma (15 pontos abaixo da média). Já em São Paulo, essa taxa é de 59%.
Campanha
O aumento da taxa dos que são contrários a flexibilizar a lei de aborto pode ter alguma relação com a campanha que a Igreja Católica move contra esse tipo de prática no Brasil.
A campanha mais contundente foi feita pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Lá, no último mês, padres levaram às missas reproduções de fetos.
Foram produzidos 600 bonecos imitando fetos com três meses de gestação. Eles foram usados em procissões e nas 264 igrejas da cidade. Os bonecos de fetos fazem parte da campanha da fraternidade de 2008 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cujo lema é “Escolhe, pois é vida”.
Em São Paulo, as manifestações da Igreja Católica tiveram um tom menos contundente: foi realizado um ato público contra o aborto na praça da Sé.
O alvo da CNBB é um projeto de lei que descriminaliza o aborto. Ele está parado há 16 anos na Câmara dos Deputados e havia a previsão de que poderia entrar na pauta neste mês.
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*** MDV – MOVIMENTO EM DEFESA DA VIDA – www.defesadavida.com.br
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*** Presidente Lula, DESISTA de legalizar o Aborto no Brasil
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*** Defenda a vida desde a sua concepção
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terça: 08 de abril de 2008
Na oitava coletiva de imprensa da 46ª Assembléia dos Bispos do Brasil, que acontece em Itaici, Indaiatuba (SP) de 2 a 11 de abril, o arcebispo de Belém (PA) e porta-voz da CNBB, dom Orani João Tempesta acompanhou a mesa que contou com a presença do bispo da diocese de Assis (SP), dom Maurício Grotto de Camargo; o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer e o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Os temas tratados foram a Evangelização da Juventude, matéria discutida em plenário hoje pela manhã; o tema central da assembléia – Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – e Ano Paulino.
Juventude
“A Igreja está fortemente empenhada em acolher o potencial evangelizador da juventude”, disse dom Maurício. Ele explicou que o Documento Nº. 85 da CNBB, que trata da ‘Evangelização da Juventude’, aprovado na última assembléia dos bispos, em 2007, frisa a preocupação da Igreja com os jovens.
Perguntado se há algum ponto específico sobre a juventude nas novas Diretrizes, o bispo respondeu que “a juventude não está num item específico”, porém “é almejada em parágrafos que tratam da pessoa, da comunidade e da sociedade, lugares onde a juventude está inserida”. Destacou ainda que o Documento de Aparecida “é uma nova luz e um novo ardor para a juventude”.
Ano Paulino
O Ano de São Paulo, proclamado pelo papa Bento XVI, será aberto dia 28 de junho e se estende até o dia 28 de junho de 2009. A Assembléia da CNBB ainda tratará desse tema. “A Igreja do Brasil trabalhará o Ano Paulino juntamente com a promoção do Ano Catequético da CNBB que acontece em 2009”, disse o cardeal Odilo Pedro Scherer. Segundo o cardeal, o destaque que a Igreja dá ao apóstolo Paulo vem do exemplo de missionário que ele representa. “São Paulo é um grande instrumento de Deus para a pregação do evangelho”, sublinhou.
Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
“O caminho missionário em que a Igreja se encontra no contexto atual é um trabalho extremamente desafiador”, disse o arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira. “A Igreja deve encontrar caminhos com o rosto brasileiro para assumir a missionaridade à luz do Documento de Aparecida”, completou.
O arcebispo lembrou a palavra do papa Bento XVI dirigida aos bispos brasileiros por ocasião de sua visita ao Brasil no ano passado. “O papa Bento XVI deixou claro que a Igreja do Brasil precisa marcar presença em todos os lugares”. Outro ponto observado por dom Walmor foi o desafio enfrentado pela Igreja para evangelizar nos grandes centros urbanos. “Devemos levar em conta as necessidades materiais das pessoas e ir ao encontro de uma sociedade maior”. O arcebispo classificou como “elemento essencial da evangelização”, o encontro pessoal dos fiéis com o Cristo vivo.