Mais de 500 alunos, entre sacerdotes, religiosos e leigos que integram a Pastoral Familiar, deram início ao curso de extensão cultural sobre o sacramento do matrimônio. As aulas on-line são ofertadas pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e a Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo. O objetivo é oferecer um aprofundamento teológico, jurídico-canônico e pastoral sobre esse sacramento.
Na abertura do curso, que ocorreu nesta semana, o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, destacou que as aulas se encaixam no contexto do Ano da Família Amoris Laetitia, convocado pelo Papa Francisco e que será aberto na solenidade de São José, em 19 de março. A data recorda o 5º aniversário da publicação da exortação apostólica pós-sinodal sobre o amor na família. “Esta é uma feliz iniciativa. Desejo que os participantes tenham o melhor proveito, pois esse curso, na modalidade on-line, permite ampliar a possibilidade de participação de mais pessoas”, manifestou Dom Odilo.
A primeira aula foi ministrada pelo Pe. Boris Agustín Nef Ulloa, Diretor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Ele abordou os fundamentos antropológico-bíblicos sobre o sacramento do Matrimônio, começando pelo livro do Gênesis, passando pela narrativa de Adão e Eva.
Padre Boris explicou que, ao criar homem e mulher distintos, Deus expressa a harmonia da criação que se dá na ordenação das coisas distintas que, antes da criação, se confundiam no caos da existência. Nesse sentido, quando Deus diz que o homem e a mulher deixarão os pais e se unirão em “uma só carne”, não significa uma fusão entre ambos, aniquilando a identidade particular de cada um, pois isso “atentaria contra a criação de Deus”.
“Esse texto fala da experiência histórica humana do homem e da mulher que, enquanto se amam e se recebem reciprocamente, gerando um núcleo familiar, estabelecem a comunhão divina e expressam o ser de Deus em suas vidas. Este encontro de ambos não invalida a diferenciação. Cada cônjuge continua com a sua identidade e características específicas”, ressaltou.
Preparação
Dirigindo-se aos agentes da Pastoral Familiar e àqueles que preparam os noivos para o Matrimônio, Padre Boris reforçou que os jovens que pretendem se casar precisam compreender, num primeiro aspecto, que não é possível viver a plenitude deste sacramento sem a graça de Deus, tampouco se pode contar apenas com as potencialidades de virtudes humanas. “Não existe Matrimônio sem a graça divina e sem a ação do Espírito de Deus. É esse Espírito que formará no esposo um coração capaz de amar sua esposa como Cristo amou e deu a vida pela Igreja e, de igual modo, formará na esposa um coração capaz de amar o esposo como a Igreja ama Cristo”, afirmou o teólogo.
Por fim, Padre Boris enfatizou que o Matrimônio é um chamado de Deus e uma resposta a Ele, uma “aliança na graça” que se dá em Cristo, em cuja humanidade se revela a plenitude da vocação do ser humano criado por Deus. “Por isso, o vínculo matrimonial é um serviço à Igreja e à humanidade”, concluiu.
Com informações do Jornal “O São Paulo”