O Papa Francisco celebrou, nesta quarta-feira (29) a solenidade de São Pedro e de São Paulo, na Basílica Vaticana. Na ocasião, o pontífice também abençoou os pálios destinados aos arcebispos metropolitanos de recente nomeação, alguns dos quais presentes na missa. No Brasil, a solenidade é comemorada no próximo domingo (3). Durante a homilia, o Santo Padre tratou da sinodalidade proposta pelos santos apóstolos.
“O Sínodo, que estamos a celebrar, chama-nos a ser uma Igreja que se ergue em pé, não dobrada sobre si mesma, capaz de olhar mais além, de sair das suas prisões para ir ao encontro do mundo”, ressaltou.
Francisco destacou duas frases das palavras proclamadas: “Ergue-te depressa” (At 12, 7) no que diz respeito a Pedro; e “combati o bom combate” (2 Tm 4, 7) em referência a Paulo.
O Pontífice ressaltou este termo de Jesus: “todos”, pedindo que a Igreja esteja nas encruzilhadas do mundo, pronta a acolher a todos, pecadores ou não. As portas são para acolher e não para “dispensar” os fiéis.
“Esta palavra do Senhor deve ressoar, ressoar na mente e no coração: todos! Na Igreja há lugar para todos. E muitas vezes nós nos tornamos uma Igreja de portas abertas, mas para dispensar as pessoas, para condená-las”, apontou Francisco.
Outro desafio é combater o bom combate. “Porque muitos não estão dispostos a acolher Jesus, preferindo correr atrás dos seus próprios interesses e de outros mestres mais cômodos, fáceis e de acordo com nossa vontade”, comentou o Pontífice.
Questões importantes
O Papa propôs duas perguntas durante a homilia. “Que posso fazer eu pela Igreja?”, no que respondeu: “Isso requer não lamentar-se da Igreja, mas empenhar-se em prol da Igreja. “Igreja sinodal significa isto: todos participam, mas ninguém no lugar dos outros ou acima dos outros”: “Não existem cristãos de primeira ou segunda classe”. Significa não permanecer neutro, não deixar as coisas como estão, mas acender o fogo do Reino de Deus lá onde reinam o mal, a violência, a corrupção, a injustiça e a marginalização”.
A segunda pergunta é: “Que podemos fazer juntos, como Igreja, para tornar o mundo em que vivemos mais humano, mais justo, mais solidário, mais aberto a Deus e à fraternidade entre os homens?”
“Certamente não se fechar em círculos eclesiais nem se perder em discussões estéreis e no clericalismo, uma “perversão sobretudo se atinge os leigos”. Mas ser uma Igreja que promove a cultura do cuidado, a compaixão pelos frágeis e a luta contra toda a forma de degradação, para resplandecer na vida de cada um a alegria do Evangelho: esta é a nossa “boa batalha”. A batalha da tutela da criação, da dignidade do trabalho, dos problemas das famílias, da condição dos idosos e de quantos se veem abandonados, rejeitados e desprezados. Para isso, não se pode ceder ao saudosismo de voltar para trás, muito em voga ultimamente”.
*Com informações do Vatican News