O tema da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira (2), na audiência geral foi “São José e a comunhão dos santos”. Na ocasião, o Pontífice destacou a importância dos santos na vida cristã e apontou que a devoção pode nos ajudar a melhorar a relação com os santos e com os familiares e amigos falecidos.
O Santo Padre começou explicando que quando confiamos plenamente na intercessão de um santo, ou ainda mais na Virgem Maria, a nossa confiança só tem valor em relação a Cristo. O vínculo que nos une a Ele e entre nós tem um nome específico: “comunhão dos santos”. “Não são os santos que fazem milagres, mas apenas a graça de Deus que atua através deles. Os milagres são feitos por Deus, pela graça de Deus que age através de uma pessoa santa, uma pessoa justa”, afirmou.
“Tem gente que diz: “Eu não acredito em Deus, mas acredito neste santo”. Não, está errado. O santo é um intercessor, aquele que intercede por nós e o Senhor nos dá a graça por meio do Santo”, reforçou Francisco.
O Papa aproveitou a oportunidade aprofundar sobre o significado da expressão “comunhão dos santos”. “A comunhão dos santos é a Igreja”, disse o Pontífice. “Isso significa que a Igreja é a comunidade dos pecadores salvos. Ninguém pode ser excluído da Igreja, somos todos pecadores salvos. A nossa santidade é o fruto do amor de Deus manifestado em Cristo, que nos santifica amando-nos na nossa miséria e salvando-nos dela. Graças a Ele formamos sempre um só corpo, diz São Paulo, no qual Jesus é a cabeça e nós somos os membros”, completou.
Indiferença
Francisco continuou a dizer que não podemos ser indiferentes com os irmãos. “Porque estamos todos num só corpo, em comunhão. Neste sentido, o pecado de uma pessoa atinge sempre a todos, e o amor de cada pessoa atinge a todos. Em virtude da comunhão dos santos, desta união, cada membro da Igreja está ligado a mim de uma forma profunda, e este vínculo é tão forte que não pode ser interrompido nem mesmo pela morte”, contou. O Santo Padre ressaltou ainda que a comunhão se dá com aqueles que concluíram a sua peregrinação terrena.
“Em Cristo ninguém pode realmente nos separar daqueles que amamos porque o vínculo é um vínculo existencial, um vínculo forte que está em nossa própria natureza; só muda a forma como estamos juntos, mas nada e ninguém pode quebrar esse vínculo. A comunhão dos santos mantém unida a comunidade de fiéis na terra e no Céu”, apontou.
Amigos
Os santos são amigos com quem muito frequentemente estabelecemos relações de amizade, disse o Papa. “Todos sabemos que podemos sempre recorrer a um amigo, especialmente quando estamos em dificuldade e precisamos de ajuda. Todos precisamos de amigos; todos precisamos de relações significativas para nos ajudar a enfrentar a vida. Também Jesus tinha os seus amigos, e recorreu a eles nos momentos mais decisivos da sua experiência humana”, exemplificou.
A propósito de amizade, Deus tinha um grande afeto a José e confiou a ele as coisas mais preciosas que Ele tem: o seu Filho Jesus e a Virgem Maria. “Graças à comunhão dos santos nos sentimos próximos dos Santos e Santas que são nossos padroeiros. Esta é a confiança que nos deve animar sempre a recorrer a eles em momentos decisivos de nossa vida”, falou o Pontífice.
Francisco concluiu, dizendo que a devoção aos santos não é uma coisa mágica, não é uma superstição. “É simplesmente falar com um irmão, uma irmã que está diante de Deus, que viveu uma vida justa, uma vida santa, uma vida modelo, e agora está diante de Deus. Eu falo com este irmão, com esta irmã e peço sua intercessão pelas necessidades que tenho”, finalizou.
Dia da Vida Consagrada
O papa lembrou ainda que nesta quarta-feira (2) a Igreja celebra a Festa da Apresentação do Senhor no Templo de Jerusalém, que é também o Dia da Vida Consagrada. “Deste mistério surge uma mensagem para todos: Cristo se oferece como exemplo em sua oferta ao Pai, mostrando com que generosidade se deve aderir à vontade de Deus e ao serviço dos irmãos”, concluiu o papa.