Manoel e Vanda Ramos estão casados há 37 anos. Nas últimas duas décadas, se dedicaram à Pastoral Familiar na arquidiocese de Manaus (AM), localidade que tem enfrentado um colapso causados pelo coronavírus, inclusive com a falta de oxigênio nos hospitais nos últimos dias.
Pais da Márcia, do Bruno e do Bráulio, e avós de cinco netos, atualmente, Manoel e Vanda estão à frente da Pastoral Familiar no Regional Norte 1, que compreende os estados do Amazonas e de Roraima. Em uma breve entrevista, contam que a Pastoral Familiar tem sido um reforço na atenção ao cuidado sobre a vida.
Como as famílias têm enfrentado os últimos acontecimentos em Manaus?
Temos enfrentado e acompanhado essa situação de dificuldade que o estado do Amazonas tem passado, em específico aqui na capital Manaus, com muita apreensão. É uma situação grave e crítica. Além disso, percebemos que algumas das famílias têm encontrado problemas para passar pela pandemia.
Há muitos integrantes da Pastoral Familiar e familiares que morreram por conta da Covid-19?
A notícia que temos é que não há muitos irmãos que morreram por conta das complicações causadas pelo coronavírus. No entanto, perdemos alguns amigos de outras pastorais e movimentos, além de algumas famílias que acompanhamos. Por aqui, a Vanda foi infectada em março e até hoje sofre com sequelas (dores nas costas e cansaço). Tive a oportunidade de cuidar dela e não senti nada, graças a Deus.
Como a Pastoral Familiar tem contribuído para conscientizar as famílias? Há ainda aqueles que se deixam levar por FakeNews e desinformação?
A Pastoral Familiar tem, com certeza, contribuído no sentido de conscientizar as pessoas e famílias. Principalmente, ao alertar que a situação é séria e não devemos baixar a guarda na proteção. Além disso, não nos deixando nos levar por falsas notícias. Na verdade, todos devem se cuidar, cuidando de si mesmo e dos outros.
Estão se reunindo para fazer celebrações e encontros? E como fortalecer a fé neste momento?
Neste momento não estamos nos reunindo porque estamos sem celebrações e também os encontros estão suspensos. Acompanhamos as missas pela televisão, neste momento. As nossas reuniões Regional Norte 1 são feitas por meio de videoconferências. Mesmo assim, estamos rezando em família, rezemos o terço diariamente e pedimos as famílias que façam a mesma coisa em casa. Graças a Deus, mesmo em meio à pandemia, estamos fortalecendo a nossa fé.
Qual a mensagem que vocês deixam às famílias da regional e de todo o país?
É de que apesar da situação difícil que estamos passando, jamais devemos deixar de ter fé em Deus. Ele não nos impõe um fardo que não possamos carregar. Não devemos perder a esperança e enfrentar essa situação com otimismo, sabendo que existe um Deus que tudo pode, apesar da nossa pouca fé e das nossas limitações como seres humanos.