Durante a Viagem Apostólica ao Bahrein, o Papa Francisco teve a oportunidade de se reunir com cerca de 800 jovens na Escola Sagrado Coração em Awali, a única escola católica do país. Na ocasião, o Santo Padre teve a oportunidade convidar os jovens a abraçarem a cultar do cuidado, a semear a fraternidade, procurar seguir por bons caminhos e ter bons conselheiros na vida.
Francisco iniciou convidados os jovens a não desanimarem diante das dificuldades do mundo. “Como se fôsseis inquietos viajantes abertos ao inédito, vós, jovens, não temeis confrontar-vos, dialogar, fazer barulho e misturar-vos com os outros, tornando-vos a base duma sociedade amiga e solidária”, pediu o Papa.
Sobre o convite a abraçar a cultura do cuidado, o Pontífice ressaltou que cuidar significa desenvolver uma atitude interior de empatia, um olhar atento para fora de nós mesmos, uma presença gentil que vence a indiferença. “Este é o ponto de viragem, o início da novidade, o antídoto contra um mundo fechado que, impregnado de individualismo, devora os seus filhos; contra um mundo enclausurado pela tristeza, que gera indiferença e solidão”, afirmou.
Semear a fraternidade
Fazer crescer a semente da fraternidade foi o segundo convite do Papa aos jovens. “Com tristeza constatamos que, em muitas regiões, as tensões e as ameaças aumentam e, por vezes, deflagram nos conflitos. Frequentemente, porém, isto acontece porque não se trabalha o coração, porque se deixam ampliar as distâncias em relação aos outros e, assim, as diferenças étnicas, culturais, religiosas e outras tornam-se problemas e temores que isolam, em vez de ser oportunidades para crescer juntos. E, quando se mostram mais fortes do que a fraternidade que nos une, corre-se o risco do conflito”, avaliou.
“Viver como irmãos e irmãs é a vocação universal confiada a toda a criatura. E vós jovens – sobretudo vós –, face à tendência dominante de permanecer indiferentes e mostrar-se impaciente com os outros, até ao ponto de aprovar guerras e conflitos, sois chamados a reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras. As palavras não bastam; há necessidade de gestos concretos realizados no dia a dia”, completou Francisco.
Opções na vida
A terceira proposta do Papa Francisco está relacionada com o desafio de fazer opções na vida. “Mas isto requer uma boa estratégia: não se pode improvisar, vivendo só por instinto ou circunscrito a cada instante! E como se faz para preparar-se, treinar a capacidade de escolher, a criatividade, a coragem, a tenacidade? Como aperfeiçoar o olhar interior, aprender a julgar as situações, a captar o essencial? Trata-se de crescer na arte de se orientar nas escolhas, de tomar as justas direções. Por isso, o terceiro convite é fazer opções na vida, opções certas”, apontou.
Por fim, o Santo Padre sugeriu aos jovens que procurem bons conselheiros para a vida, antes de pesquisar na internet. “Bons conselheiros na vida, pessoas sábias e fiáveis que vos possam orientar, ajudar. Penso nos pais e professores, mas também nos idosos, nos avós e num bom acompanhante espiritual. Cada um de nós precisa de ser acompanhado no caminho da vida! Repito o que vos disse: nunca sozinhos! Precisamos de ser acompanhados no caminho da vida”, afirmou.
“Como Papa, quero dizer-vos: a Igreja está convosco e tem tanta necessidade de vós, de cada um de vós, para rejuvenescer, explorar novas sendas, experimentar novas linguagens, tornar-se mais jubilosa e hospitaleira. Nunca percais a coragem de sonhar e viver em medida grande! Fazei vossa a cultura do cuidado e espalhai-a; tornai-vos campeões de fraternidade; enfrentai os desafios da vida, deixando-vos orientar pela criatividade fiel de Deus e por bons conselheiros”, concluiu o Pontífice.