A Igreja no Brasil tem intensificado nas últimas duas décadas o trabalho de defesa e promoção da vida humana, com a criação do Setor Vida dentro do então Setor Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). E foi o trabalho da Pastoral Familiar que enfrentou, desde o início, os desafios, as ameaças e agressões à vida humana, somando forças com outras iniciativas na Igreja e também na sociedade em favor da vida.
Entre os desafios enfrentados e as iniciativas promovidas diante deles, a realidade do aborto sempre teve destaque. Atualmente, a dimensão da vida se constitui de iniciativas em três eixos: início de vida, final da vida e políticas públicas.
Na atuação contra o aborto, algumas dioceses criaram Comissões de Promoção e Defesa da Vida ligadas à Pastoral Familiar, com o objetivo de articular, formar e debater sobre o assunto. “Essas comissões atualmente vêm se envolvendo na defesa da vida também junto a organismos e entidades civis especialmente nas caminhadas e manifestações que acontecem anualmente nas ruas e praças públicas, também apoiando casas pró-vida”, conta o casal coordenador da Pastoral Familiar, Luiz e Kátia Stolf, que são membros da Comissão de Promoção e Defesa da Vida na diocese de Joinville (SC).
O casal também recorda que a Pastoral Familiar, através da Comissão Episcopal para a Vida e Família, vem organizando há vários anos a Semana Nacional da Vida (SNV) de primeiro a sete de outubro, concluindo com o Dia do Nascituro, em 8 de outubro. “Tem sido certamente o evento mais importante dentro do calendário”, afirmam. Para este momento, a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) disponibiliza um subsídio com temas para serem refletidos a cada dia “para que cresça o conhecimento sobre a sacralidade da vida, da concepção ao seu fim natural”.
Por ocasião da Semana Nacional da Vida, em muitas dioceses e paróquias a Pastoral Familiar, mesmo que ainda não tenha uma Comissão de Defesa da Vida constituída, promovem simpósios, seminários, caminhadas e outros eventos sobre a questão da vida.
Articulações
A Pastoral Familiar tem sido motivada a aprimorar o trabalho pastoral na defesa e na promoção da vida e várias articulações têm sido feitas para alcançar este objetivo, tanto nacional, quanto internacionalmente.
Há o objetivo de que os dezoito regionais da CNBB contem com uma Comissão de Promoção e Defesa da Vida e uma reunião no mês de julho com representantes de todo o país iniciou este processo de implantação e organização de uma estrutura mínima de articulação entre a Comissão Nacional e as regionais. Os casais que assumiram este trabalho ganharam o título de “Casal da Promoção e Defesa da Vida” e já participam de uma série de formações.
“A partir da organização e implantação desses trabalhos e respectivas estruturas nos regionais poderemos afirmar que o Setor Vida e Família estará integrado entre todos os regionais e articulado com a Comissão Episcopal para a Vida e Família”, ressaltam Luiz e Kátia.
Os casais deverão fazer em breve um levantamento em seu respectivo regional de ações que já estão sendo realizadas na promoção e defesa da vida, como casas que acolhem mães gestantes em situação de vulnerabilidade, casas de recuperação de dependentes químicos, casas que cuidam de crianças com deficiências, abrigos para idosos, casas que acolhem moradores de rua, casas para migrantes, entre outras iniciativas.
Internacionalmente, a Pastoral Familiar do Brasil está em sintonia com o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam). Luiz e Kátia tem participado de encontros formativos e de trabalho promovidos pelo organismo eclesial na criação da Rede Pan-americana em Defesa da Vida. “Foi a partir desses encontros que no Brasil a Pastoral Familiar começou a aprofundar sobre o tema da vida, fazendo articulação inicialmente com casas que acolhem e dão apoio a gestantes em situação de vulnerabilidade”.